A integração das três ondas: abordagem personalizada na psicoterapia
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Desde o surgimento da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), essa abordagem passou por três grandes transformações — as chamadas ondas — que ampliaram sua eficácia, flexibilidade e escopo clínico. A primeira onda trouxe o foco no comportamento observável, a segunda acrescentou os processos cognitivos, e a terceira introduziu valores, aceitação e mindfulness.
Mas será que é preciso escolher entre elas?
Cada vez mais profissionais reconhecem que o caminho mais eficaz não está em optar por uma única onda, mas sim em integrar seus princípios de forma personalizada, conforme a necessidade, história e contexto do paciente. Essa integração favorece uma prática clínica mais completa, ética e baseada em evidências.
Neste artigo, você vai entender:
- O que significa integrar as três ondas da TCC;
- As vantagens e os riscos dessa abordagem;
- Como criar intervenções híbridas sem perder o rigor clínico;
- Exemplos práticos de integração;
- E como essa visão potencializa o processo terapêutico.
Recapitulando: as três ondas da TCC
1. Primeira onda – Comportamental
Foco no comportamento observável e seus antecedentes e consequências. Baseada no behaviorismo clássico e operante, usa técnicas como reforçamento, extinção, modelagem e exposição.
2. Segunda onda – Cognitiva
Incorpora pensamentos, crenças e esquemas como elementos centrais do sofrimento psíquico. Usa intervenções como reestruturação cognitiva, identificação de distorções cognitivas e testes de realidade.
3. Terceira onda – Contextual
Valoriza a relação com pensamentos e emoções, e não seu conteúdo. Introduz mindfulness, aceitação, ação com base em valores e processos de flexibilização psicológica.
👉 Veja mais: O que são as três ondas da TCC? Uma visão geral
Por que integrar as ondas?
1. Pacientes são diversos, e seus contextos também
Nem toda pessoa se beneficia de um protocolo puramente cognitivo, comportamental ou de aceitação. A integração permite:
- Adequar o modelo ao paciente, e não o contrário;
- Respeitar o momento do processo terapêutico;
- Responder melhor à complexidade dos quadros clínicos.
2. Processos psicológicos são interdependentes
Pensamentos, comportamentos e emoções se influenciam mutuamente. Integrar as ondas favorece abordagens transdiagnósticas mais eficazes.
3. Evita o reducionismo teórico
Cada onda trouxe contribuições importantes. Isolar uma em detrimento das outras pode levar a uma compreensão fragmentada da experiência humana.
Como fazer uma integração responsável?
1. Conheça profundamente cada onda
Antes de integrar, é fundamental dominar os fundamentos e limites de cada uma das abordagens. Sem isso, há risco de eclecticismo raso.
2. Mantenha coerência clínica
Evite contradições técnicas. Por exemplo, se você propõe aceitação como caminho terapêutico, não deve, em seguida, invalidar pensamentos com lógica.
3. Use um raciocínio baseado em processos
A ACT, por exemplo, sugere que os processos centrais de mudança são defusão, aceitação, contato com o presente, eu como contexto, valores e ação comprometida. Você pode trabalhar esses processos usando recursos da TCC tradicional, como diários de pensamento ou exposição.
👉 Leia também: Como a ACT promove a flexibilidade psicológica
Exemplos práticos de integração
Caso 1: Adolescente com fobia social
Intervenções integradas:
- Treino de habilidades sociais (1ª onda)
- Reestruturação de pensamentos automáticos (2ª onda)
- Mindfulness antes de apresentações (3ª onda)
Caso 2: Mulher com dor crônica e depressão
Intervenções integradas:
- Programação de atividades prazerosas (1ª onda)
- Identificação de crenças disfuncionais sobre dor (2ª onda)
- Prática de aceitação da dor com base em valores (3ª onda)
👉 Veja também: A metáfora do passageiro no ônibus na ACT
Vantagens da integração das ondas
- Maior eficácia clínica, especialmente em casos complexos;
- Adesão do paciente quando a linguagem terapêutica se adapta à sua forma de ver o mundo;
- Desenvolvimento de uma postura terapêutica mais flexível, ética e responsiva;
- Mais ferramentas para formulação de casos personalizada.
Riscos da integração mal feita
- Perda de foco clínico;
- Contradições conceituais e técnicas;
- Uso superficial de conceitos como mindfulness ou valores;
- Aplicação de técnicas fora de contexto;
- Confusão do paciente diante de intervenções não integradas.
👉 Leia também: Desafios e críticas às ondas da TCC
Dicas para aplicar a integração das ondas
- Formule o caso com base em processos: identifique qual aspecto está prejudicado (ex: evitação experiencial, rigidez cognitiva, déficit de habilidades).
- Escolha a técnica com base nesse processo, não por preferência pessoal.
- Seja transparente com o paciente: explique o que está sendo feito e por quê.
- Observe o impacto clínico: esteja atento ao que funciona e ao que precisa ser ajustado.
- Regule a complexidade: quanto mais vulnerável for o paciente, mais simples deve ser a intervenção.
Conclusão
A integração das três ondas da TCC representa um avanço técnico, ético e científico na prática psicológica moderna. Ela permite atender o ser humano em sua complexidade — respeitando seus pensamentos, comportamentos, emoções e valores.
Mas integrar exige estudo, cuidado e consciência clínica. Não se trata de usar “um pouco de cada coisa”, mas de utilizar o que faz mais sentido para cada pessoa, em cada momento do processo terapêutico.
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