Avaliação neuropsicológica no Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC): desafios diagnósticos e contribuições clínicas
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O Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é uma condição muitas vezes subdiagnosticada, mas com impacto direto no desempenho escolar, nas habilidades de linguagem e na atenção. Frequentemente confundido com TDAH, dislexia ou dificuldades pedagógicas, o TPAC exige um olhar clínico cuidadoso — e a avaliação neuropsicológica desempenha papel fundamental nesse contexto.
Neste artigo, você vai entender:
- O que é o TPAC e como ele se manifesta;
- Quais os principais desafios diagnósticos;
- O papel da avaliação neuropsicológica na investigação;
- Como diferenciar TPAC de outros quadros clínicos;
- Quais testes são utilizados;
- E boas práticas na devolutiva e no encaminhamento interdisciplinar.
O que é o Transtorno do Processamento Auditivo Central?
O TPAC é caracterizado por uma dificuldade na forma como o cérebro interpreta e organiza os sons que chegam pelos ouvidos. Não se trata de uma perda auditiva periférica (que pode ser detectada por exames como audiometria), mas de um déficit nas etapas neurais superiores da audição.
As alterações no processamento auditivo podem comprometer:
- A compreensão da fala em ambientes ruidosos;
- A discriminação entre sons semelhantes;
- A localização sonora;
- A memória auditiva de curto prazo;
- A atenção auditiva seletiva e sustentada.
Sintomas comuns do TPAC
- Dificuldade em entender instruções verbais complexas;
- Pedir frequentemente que repitam o que foi dito;
- Problemas com ditados e ortografia;
- Leitura lenta ou com erros de decodificação;
- Trocas fonêmicas na fala ou escrita;
- Desatenção aparente em sala de aula;
- Desempenho abaixo do esperado em atividades que envolvem linguagem oral e escrita.
👉 Veja também: Avaliação neuropsicológica no TDAH: critérios, instrumentos e interpretação clínica
Diagnóstico diferencial: TPAC x TDAH x Dislexia
O TPAC muitas vezes coexiste ou é confundido com outras condições. Veja as principais diferenças:

O papel da neuropsicologia no TPAC
A avaliação neuropsicológica não substitui os testes auditivos realizados por fonoaudiólogos, mas é crucial para:
- Identificar o impacto funcional dos déficits auditivos centrais;
- Avaliar comorbidades cognitivas e emocionais;
- Diferenciar TPAC de outros transtornos do neurodesenvolvimento;
- Traçar um perfil completo que oriente intervenções pedagógicas e clínicas;
- Trabalhar em equipe interdisciplinar com fonoaudiólogos, neuropediatras, psicopedagogos e escolas.
Funções cognitivas que devem ser avaliadas
- Atenção auditiva sustentada e seletiva;
- Memória auditiva verbal de curto prazo;
- Linguagem receptiva e expressiva;
- Consciência fonológica;
- Fluência verbal e leitura;
- Funções executivas (especialmente controle inibitório e flexibilidade cognitiva).
Principais instrumentos utilizados
Testes de atenção e memória auditiva:
- Dígitos diretos e reversos (WISC-V ou WAIS-IV)
- Teste AC de Atenção Concentrada (auditiva e visual)
- RAVLT – Teste de Aprendizado Auditivo Verbal de Rey
Linguagem e leitura:
- TDE – Teste de Desempenho Escolar
- Teste de Consciência Fonológica (CONFIAS)
- Provas de leitura e compreensão textual
Funções executivas e controle atencional:
- Stroop Test
- Trail Making Test (TMT A/B)
- Fluência verbal categorial e fonêmica
👉 Leia também: Testes para avaliar memória: quando usar o RAVLT ou o Digit Span?
Estudo de caso (fictício)
👦 Enzo, 8 anos
- Queixa: dificuldades para entender explicações verbais, erros frequentes em leitura e ditado.
- Avaliação: WISC-V, RAVLT, TDE, CONFIAS, TMT, entrevista com família e professora.
- Achados:
- QI dentro da média;
- Déficit significativo em memória auditiva verbal e atenção auditiva;
- Leitura hesitante, com trocas fonêmicas;
- Funções executivas preservadas.
Hipótese diagnóstica sugerida: TPAC com prejuízos em atenção seletiva e memória auditiva, sem sinais clínicos de TDAH ou dislexia.
Encaminhamentos: reeducação auditiva com fonoaudióloga, orientação escolar e reavaliação em 12 meses.
Cuidados na devolutiva
- Explicar a diferença entre audição periférica e processamento auditivo;
- Evitar termos técnicos excessivos com familiares e professores;
- Reforçar que o TPAC não está relacionado à preguiça, desatenção voluntária ou má vontade;
- Envolver a escola no processo de intervenção e ajustes pedagógicos;
- Articular rede de atendimento com fonoaudiologia, psicopedagogia e psicoterapia (se necessário).
Conclusão
O Transtorno do Processamento Auditivo Central é uma condição que exige olhar clínico sensível, abordagem interdisciplinar e avaliação neuropsicológica bem estruturada. Quando compreendido de forma integrada, é possível oferecer intervenções eficazes, reduzir impactos emocionais e melhorar significativamente o desempenho escolar e social do paciente.
Mais do que “escutar com os ouvidos”, o TPAC nos convida a escutar com atenção clínica — para compreender as reais necessidades de cada indivíduo.
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