Avaliação neuropsicológica no TDAH: critérios, instrumentos e interpretação clínica
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O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma das condições neuropsiquiátricas mais diagnosticadas na infância — e, cada vez mais, também na vida adulta. Caracteriza-se por sintomas persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade, com impacto significativo no desempenho acadêmico, social e ocupacional.
Embora o diagnóstico do TDAH seja clínico, baseado em critérios estabelecidos por manuais como o DSM-5, a avaliação neuropsicológica tem se tornado um recurso essencial para complementar esse processo, contribuindo para um diagnóstico diferencial mais preciso e orientando intervenções personalizadas.
Neste artigo, você entenderá:
- O papel da avaliação neuropsicológica no TDAH;
- Quais funções cognitivas são avaliadas;
- Os principais testes utilizados;
- Como interpretar os resultados à luz da clínica;
- E os cuidados éticos na comunicação diagnóstica.
O que é o TDAH?
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que se manifesta por um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade. De acordo com o DSM-5, os sintomas devem:
- Estar presentes antes dos 12 anos de idade;
- Ocorrer em dois ou mais contextos (escola, casa, trabalho, etc.);
- Causar prejuízo significativo na vida acadêmica, social ou profissional.
Existem três apresentações do TDAH:
- Predominantemente desatento;
- Predominantemente hiperativo-impulsivo;
- Combinado (desatenção + hiperatividade).
Por que fazer avaliação neuropsicológica no TDAH?
Embora o diagnóstico seja clínico, o processo de avaliação neuropsicológica agrega evidências objetivas ao raciocínio diagnóstico, sendo particularmente útil em:
- Casos duvidosos ou de difícil diferenciação (ex: TDAH x ansiedade x dislexia);
- Identificação de comorbidades cognitivas (ex: disfunções executivas, dificuldades de memória);
- Planejamento de intervenções escolares e psicoterapêuticas;
- Estabelecimento de linha de base para monitoramento futuro.
👉 Leia também: Desafios na avaliação neuropsicológica de crianças e adolescentes
Quais funções cognitivas devem ser avaliadas?
A neuropsicologia investiga como o cérebro processa informações e regula o comportamento. No caso do TDAH, há foco especial em:
- Atenção sustentada, seletiva e alternada
- Controle inibitório e impulsividade
- Memória de trabalho
- Flexibilidade cognitiva
- Velocidade de processamento
- Planejamento e organização (funções executivas)
Essas funções compõem um perfil conhecido como disfunção executiva, frequentemente associado ao TDAH, mas não exclusivo a ele.
👉 Veja também: Como medir funções executivas na prática clínica
Principais instrumentos utilizados
Avaliação atencional:
- Teste de Atenção Concentrada (AC)
- D2 ou TEACO-FF
- Trail Making Test (TMT A e B)
- CPT (Continuous Performance Test) – digital
Avaliação de funções executivas:
- Torre de Londres
- Stroop Test
- Wisconsin Card Sorting Test (WCST)
- Fluência verbal fonêmica e categorial
Memória de trabalho:
- Dígitos (WAIS ou WISC)
- Corsi Block-Tapping Test
- Tarefas de memória operacional verbal e visuoespacial
Questionários e escalas complementares:
- SNAP-IV (versão pais/professores)
- CBCL (Child Behavior Checklist)
- BRIEF (Behavior Rating Inventory of Executive Function)
👉 Veja também: Tudo sobre o Teste de Stroop: teoria, aplicação e interpretação
Interpretação clínica: mais do que escore
Os resultados da avaliação não devem ser tomados como diagnósticos isolados. A integração entre dados objetivos e subjetivos é fundamental, levando em conta:
- Contexto escolar, familiar e emocional;
- Histórico do desenvolvimento infantil;
- Comorbidades (ex: ansiedade, dislexia, TEA, dificuldades pedagógicas);
- Impacto funcional real dos achados.
O foco está na interpretação funcional, não na “etiquetagem”.
Estudo de caso (fictício)
👦 Caso: Gabriel, 9 anos
- Queixa: dificuldade de foco, inquietação, baixo rendimento escolar.
- Aplicados: SNAP-IV, TMT A/B, Stroop, dígitos, fluência verbal, AC.
- Resultados: prejuízos em controle inibitório e velocidade de processamento; atenção sustentada abaixo do esperado.
- Interpretação: perfil compatível com TDAH combinado + dificuldades pedagógicas secundárias.
- Encaminhamentos: psicoterapia, orientação escolar, reavaliação em 1 ano.
Cuidados éticos e comunicacionais
- A avaliação neuropsicológica não deve ser usada para rotular ou excluir a criança de contextos escolares ou sociais;
- A devolutiva deve ser acolhedora, com linguagem acessível e foco no desenvolvimento;
- A família deve ser incluída como aliada do processo, compreendendo o que significa o diagnóstico e o que pode ser feito a partir dele.
Conclusão
A avaliação neuropsicológica é uma ferramenta valiosa no manejo do TDAH, pois permite compreender o funcionamento cognitivo de forma detalhada, promover intervenções personalizadas e favorecer o desenvolvimento integral da criança ou adolescente.
Mais do que um teste, trata-se de um olhar clínico ampliado, que articula ciência, empatia e escuta.
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