Avaliação neuropsicológica nas altas habilidades/superdotação: potencial cognitivo, perfil emocional e desafios escolares
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As altas habilidades/superdotação (AH/SD) ainda são pouco compreendidas na prática clínica e educacional, o que leva muitas vezes à invisibilidade desses indivíduos. Em vez de reconhecimento, não é raro que crianças superdotadas recebam diagnósticos equivocados — como TDAH, ansiedade ou até transtornos de conduta.
A avaliação neuropsicológica é uma ferramenta essencial para identificar o potencial cognitivo acima da média, compreender as nuances emocionais e comportamentais envolvidas e oferecer um plano de intervenção alinhado às necessidades singulares desse público.
Neste artigo, você entenderá:
- O que caracteriza uma pessoa com altas habilidades/superdotação;
- Como a neuropsicologia contribui para a identificação e suporte clínico e educacional;
- Quais são os testes mais indicados;
- Os principais desafios emocionais e sociais;
- E as boas práticas na devolutiva e na articulação com a escola e a família.
O que são altas habilidades/superdotação?
De acordo com a legislação brasileira (Lei nº 13.234/2015 e Diretrizes da Política Nacional de Educação Especial), são considerados alunos com AH/SD aqueles que demonstram:
- Potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas:
- Capacidade intelectual geral
- Habilidades acadêmicas específicas
- Pensamento criativo ou produtivo
- Capacidade de liderança
- Talento especial para artes
- Habilidades psicomotoras
Esse potencial deve ser evidenciado por alta criatividade, envolvimento na aprendizagem e desempenho acima da média em tarefas da área de interesse, o que pode ou não ser acompanhado por rendimento escolar elevado.
👉 Veja também: Diferenças entre TCC tradicional e terapias de terceira onda
Por que avaliar?
Muitas crianças superdotadas passam despercebidas por apresentarem:
- Tédio e desmotivação em sala de aula;
- Condutas desafiadoras por se sentirem incompreendidas;
- Ansiedade, perfeccionismo ou dificuldade em lidar com frustração;
- Más notas por não se adaptarem ao ritmo da turma.
A avaliação neuropsicológica permite compreender o verdadeiro perfil cognitivo e emocional, ajudando pais, professores e terapeutas a ajustarem suas expectativas e estratégias de suporte.
Quando suspeitar de altas habilidades/superdotação?
- Aquisição precoce de leitura, escrita ou cálculos;
- Curiosidade intensa e vocabulário avançado;
- Pensamento abstrato precoce e interesse por temas complexos;
- Memória excepcional;
- Intensa sensibilidade emocional ou senso de justiça;
- Interesse obsessivo e aprofundado em determinados temas.
Papel da avaliação neuropsicológica
A avaliação neuropsicológica nas AH/SD permite:
- Identificar QI elevado e/ou habilidades cognitivas acima da média;
- Avaliar se há comorbidades (TDAH, ansiedade, TEA);
- Analisar funções executivas, criatividade, foco, regulação emocional;
- Diferenciar “alto desempenho acadêmico” de “potencial cognitivo elevado”;
- Construir estratégias educacionais e clínicas personalizadas.
Importante: QI alto isoladamente não é suficiente para o diagnóstico de superdotação, sendo necessária uma avaliação multidimensional, com base também em observações e relatos escolares e familiares.
Habilidades que devem ser avaliadas
- Inteligência geral e raciocínio lógico
- Memória de curto e longo prazo
- Atenção e controle inibitório
- Linguagem verbal e vocabulário
- Flexibilidade cognitiva e criatividade
- Aspectos afetivos e sociais
Instrumentos frequentemente utilizados
Inteligência geral:
- WISC-V (crianças) ou WAIS-IV (adolescentes/adultos)
- RAVEN – Matrizes Progressivas (não verbal)
- SON-R ou Leiter-3 (em casos com barreiras linguísticas)
Funções cognitivas específicas:
- Torre de Londres, Stroop, TMT A/B, Fluência Verbal
- RAVLT e Span de Dígitos
- TDE – Teste de Desempenho Escolar
- Testes projetivos para avaliação emocional (quando pertinente)
👉 Veja também: Testes neuropsicológicos comerciais: WAIS, WCST e outros
Estudo de caso (fictício)
👧 Clara, 10 anos
- Queixa: desmotivação escolar, comportamentos desafiadores e inquietação constante.
- Avaliação: WISC-V, Stroop, TMT, TDE, entrevista com escola e pais.
- Achados:
- QI total de 135, com destaque para memória e raciocínio abstrato;
- Baixa tolerância à frustração e tendência à impaciência com colegas;
- Desempenho escolar regular, por tédio e falta de desafio.
Hipótese sugerida: Altas habilidades cognitivas + necessidade de enriquecimento curricular.
Encaminhamentos: flexibilização pedagógica, projeto de tutoria, suporte emocional e reavaliação anual.
Aspectos emocionais e sociais a considerar
- Altas habilidades não protegem contra sofrimento emocional;
- Superdotados podem ter dificuldades com colegas da mesma idade;
- Perfis ansiosos e perfeccionistas são comuns;
- A pressão por desempenho pode gerar angústia ou isolamento;
- Apoio psicoterapêutico pode ser fundamental para o equilíbrio emocional e a autoestima.
👉 Veja também: O papel da flexibilidade psicológica nas terapias da terceira onda
Cuidados na devolutiva
- Evite rótulos como “gênio” ou “criança prodígio”;
- Explique que a superdotação exige apoio, e não apenas reconhecimento;
- Oriente a escola sobre estratégias de aceleração, enriquecimento e compactação curricular;
- Estimule o desenvolvimento socioemocional como parte do plano de apoio;
- Valorize o potencial, mas com responsabilidade.
Conclusão
A avaliação neuropsicológica nas altas habilidades/superdotação é uma oportunidade de promover inclusão, reconhecimento e desenvolvimento pleno. Ao identificar não apenas o que o indivíduo pode fazer, mas como ele aprende, sente e se relaciona, o processo se torna uma poderosa ferramenta para potencializar talentos e acolher vulnerabilidades.
Em tempos de educação personalizada, a neuropsicologia tem papel fundamental para que nenhum potencial passe despercebido — nem sofra por ser mal compreendido.
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