Neuropsicologia e saúde mental na atenção primária: desafios e possibilidades
👉 Masterclass Gratuita e Online
com a PHD Judith Beck
Nesta masterclass exclusiva, você vai:
• Descobrir as mais recentes inovações em TCC
• Entender as tendências que estão moldando o futuro da terapia
• Aprender insights práticos diretamente de uma referência mundial
• Participar de um momento histórico para a TCC no Brasil"
A Atenção Primária à Saúde (APS) é a principal porta de entrada para o sistema de saúde, sendo responsável pelo acompanhamento contínuo da população e pela prevenção de doenças. No entanto, quando se trata de saúde mental e funcionamento cognitivo, ainda existe um grande hiato entre as demandas dos pacientes e os recursos disponíveis nas unidades básicas de saúde (UBS).
É nesse cenário que a Neuropsicologia pode oferecer contribuições valiosas — desde a triagem de alterações cognitivas até o suporte às equipes multiprofissionais na identificação precoce de transtornos mentais e do neurodesenvolvimento.
Neste artigo, exploramos como a atuação neuropsicológica pode ser integrada à atenção primária, quais são os desafios para sua implementação e quais caminhos vêm sendo trilhados no Brasil e no mundo.
A importância da atenção primária na saúde mental
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 80% dos casos de transtornos mentais leves a moderados poderiam ser manejados na atenção primária, desde que haja estrutura e capacitação adequada.
No Brasil, a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) já reconhece a importância da saúde mental nesse nível de cuidado. No entanto, ainda há desafios relacionados a:
- Formação profissional limitada na área;
- Baixa cobertura de psicólogos nas equipes;
- Pouca articulação entre saúde mental e saúde cognitiva;
- Dificuldade de acesso a exames especializados, como avaliações neuropsicológicas completas.
Onde a Neuropsicologia entra nesse cenário?
A Neuropsicologia é uma área que estuda as relações entre o cérebro e o comportamento humano, sendo fundamental para a avaliação e compreensão de alterações cognitivas, emocionais e comportamentais.
Na atenção primária, ela pode atuar em:
- Triagem cognitiva precoce em idosos, crianças ou pessoas com sofrimento psíquico;
- Apoio ao diagnóstico diferencial de quadros como TDAH, TEA, demências, depressão, entre outros;
- Educação em saúde e suporte à equipe sobre sinais de alerta neuropsicológicos;
- Encaminhamentos mais qualificados e racionalização de recursos em saúde.
👉 Leia também: Aplicação e limitações do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM)
Desafios para a atuação neuropsicológica na APS
Apesar das possibilidades, existem barreiras que dificultam a inserção formal da Neuropsicologia na atenção básica:
- Desconhecimento por parte de gestores e profissionais sobre o papel do neuropsicólogo;
- Falta de instrumentos adaptados à realidade da atenção primária (ex: escalas rápidas, padronizadas e de fácil aplicação);
- Infraestrutura insuficiente para avaliações mais longas e detalhadas;
- Demanda excessiva e foco em atendimentos emergenciais, o que dificulta o cuidado longitudinal.
Esses obstáculos evidenciam a necessidade de formação qualificada dos profissionais e adaptação de práticas neuropsicológicas ao contexto da APS.
👉 Veja também: Desafios na avaliação neuropsicológica de crianças e adolescentes
Ferramentas neuropsicológicas aplicáveis à atenção primária
Ainda que a avaliação neuropsicológica completa muitas vezes não seja viável na atenção primária, existem instrumentos adaptáveis para triagem e monitoramento, como:
- MEEM (Mini Exame do Estado Mental);
- Teste do Desenho do Relógio;
- Figura Complexa de Rey - versão reduzida;
- Trail Making Test A e B (para rastreio de funções executivas);
- Fluência verbal categorial e fonêmica.
Essas ferramentas permitem levantar hipóteses clínicas e indicar a necessidade de investigação aprofundada, otimizando os fluxos de atendimento.
👉
Saiba mais sobre o Trail Making Test na clínica
👉 Leia também: Tudo sobre o Teste do Desenho do Relógio
Casos em que a triagem neuropsicológica pode ser decisiva
👵 Idosos com queixas subjetivas de memória:
Muitos casos de declínio cognitivo leve não são detectados até que se tornem irreversíveis. A triagem precoce pode antecipar cuidados e retardar a progressão de demências.
🧒 Crianças com dificuldades escolares:
Avaliações iniciais podem diferenciar atrasos pedagógicos de transtornos do neurodesenvolvimento, como TDAH e dislexia.
😔 Pacientes com sofrimento psíquico persistente:
Queixas cognitivas em quadros depressivos, ansiosos ou pós-traumáticos são comuns e precisam ser reconhecidas para evitar subdiagnósticos.
👉 Veja também: Como os testes neuropsicológicos ajudam no planejamento terapêutico
Integração com a equipe de saúde da família
A Neuropsicologia na atenção primária não se limita à atuação clínica individual. Ela também pode contribuir para:
- Capacitação dos profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF);
- Apoio técnico na construção de fluxos de encaminhamento;
- Discussão de casos em reuniões multiprofissionais;
- Atividades de educação em saúde com foco em prevenção cognitiva.
A atuação interdisciplinar fortalece a resposta comunitária às demandas cognitivas e mentais.
Experiências e diretrizes no Brasil
- O Ministério da Saúde, por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), incentiva práticas integradas em saúde mental, o que abre espaço para a neuropsicologia atuar junto a Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).
- Algumas Secretarias Municipais de Saúde já incluíram psicólogos com formação neuropsicológica em suas equipes de apoio matricial.
- Programas de rastreio de demência, como os do Projeto Idoso Bem Cuidado, têm usado avaliações cognitivas rápidas com base em critérios da neuropsicologia.
Conclusão
A Neuropsicologia tem um enorme potencial para contribuir com a qualificação da saúde mental na atenção primária. Ao realizar triagens, apoiar equipes e promover intervenções baseadas em evidências, ela amplia o acesso e melhora o cuidado em saúde pública.
Integrar esse saber ao cotidiano da atenção básica exige formação específica, instrumentos adequados e uma abordagem sensível à realidade social e comunitária.
Quer aprender a aplicar a Neuropsicologia de forma eficaz em contextos públicos e privados?
Participe da Formação Permanente do IC&C e aprofunde seus conhecimentos em Avaliação Neuropsicológica, Psicologia Baseada em Evidências, Terapias Comportamentais Contextuais e muito mais — com aplicação prática, estudos de caso e suporte contínuo.
👉 Masterclass Gratuita e Online
com a PHD Judith Beck
Nesta masterclass exclusiva, você vai:
• Descobrir as mais recentes inovações em TCC
• Entender as tendências que estão moldando o futuro da terapia
• Aprender insights práticos diretamente de uma referência mundial
• Participar de um momento histórico para a TCC no Brasil"
Confira mais posts em nosso blog!









