O impacto da ACT na superação de traumas e adversidades
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Experiências traumáticas e adversas fazem parte da vida de muitas pessoas. Elas podem envolver perdas, violência, negligência, acidentes, diagnósticos médicos ou mesmo eventos sociais e coletivos. O sofrimento que emerge dessas vivências nem sempre desaparece com o tempo — e, em muitos casos, torna-se uma fonte crônica de dor emocional, isolamento e adoecimento mental.
A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) oferece uma abordagem inovadora e eficaz para o trabalho com traumas. Em vez de tentar eliminar pensamentos ou emoções difíceis, a ACT propõe que o foco seja a construção de uma vida com significado, mesmo na presença da dor.
Neste artigo, você vai entender:
- Por que a ACT é especialmente indicada em contextos de trauma;
- Quais são os processos de mudança psicológica envolvidos;
- Como aplicar estratégias clínicas baseadas em evidências;
- E exemplos práticos de uso da ACT com pacientes que enfrentaram adversidades severas.
Trauma e adversidade: compreendendo a complexidade clínica
O que caracteriza um trauma psicológico?
- Um evento (ou sequência de eventos) que ultrapassa a capacidade de enfrentamento do indivíduo;
- Gera medo intenso, impotência ou horror;
- Pode comprometer o senso de segurança, identidade e pertencimento.
Além do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), traumas também podem gerar:
- Transtornos de ansiedade e humor;
- Dissociação e desregulação emocional;
- Comportamentos autodestrutivos;
- Sentimentos de vergonha, culpa e inutilidade.
👉 Veja também: Terapia Cognitivo-Comportamental no tratamento do TEPT
Por que a ACT é eficaz no trabalho com traumas?
A ACT se destaca por oferecer uma estrutura terapêutica flexível, compassiva e experiencial, focada não em eliminar a dor, mas em mudar a relação com ela. Em situações de trauma, o sofrimento psíquico costuma vir acompanhado de tentativas de controle, esquiva, supressão emocional e rigidez comportamental — processos que a ACT aborda diretamente.
Seis processos centrais da ACT:
- Defusão cognitiva: desapego de pensamentos traumáticos;
- Aceitação: abertura para emoções e memórias difíceis;
- Contato com o momento presente: ancoragem na experiência atual;
- Eu como contexto: percepção de si mesmo além da dor;
- Valores: reconexão com o que importa, apesar do trauma;
- Ação comprometida: retomar a vida de forma significativa.
👉 Leia mais: A Hexaflex da ACT – explorando os seis processos centrais
Superar ≠ apagar
A ACT não busca “esquecer” o trauma ou negar a dor. Ela convida o paciente a desenvolver uma nova postura diante das experiências internas, permitindo que:
- As memórias dolorosas estejam presentes, sem controlar o comportamento;
- A dor emocional seja reconhecida, sem se tornar paralisante;
- A pessoa possa agir de acordo com seus valores, mesmo quando sentimentos difíceis surgem.
Estratégias práticas da ACT no manejo de traumas
1. Metáfora da areia movediça
Mostra como lutar contra a dor pode intensificá-la.
“Quanto mais você tenta sair da areia movediça lutando, mais afunda. O caminho é parar de lutar e aprender a flutuar com o que está ali.”
2. Trabalho com valores
Após eventos traumáticos, a reconexão com valores pode ser transformadora:
- “O que continua sendo importante para você, mesmo depois disso?”
- “O que você gostaria de retomar, apesar da dor?”
👉 Veja também: A importância dos valores na ACT
3. Técnicas de defusão
Para lidar com pensamentos intrusivos, a ACT propõe:
- Repetição lenta de palavras até perderem o “peso” emocional;
- Nomeação dos pensamentos como “histórias mentais”;
- Visualização dos pensamentos passando como folhas em um rio.
4. Aceitação compassiva
Não se trata de resignação, mas de abrir espaço interno para:
- Emoções como tristeza, raiva ou vergonha;
- Sensações corporais associadas à memória do trauma;
- O luto por aquilo que foi perdido.
👉 Leia também: ACT e autocompaixão – desenvolvendo uma relação saudável consigo mesmo
Estudo de caso (fictício): Clara e o trauma relacional
Nome: Clara
Idade: 29 anos
Queixa: dificuldade de confiar em pessoas, evitação de relacionamentos, crises de ansiedade
Clara passou por experiências de violência doméstica na adolescência. Em sua vida adulta, evita intimidade, apresenta hipervigilância e sentimentos de inadequação. Após anos evitando a terapia, procura ajuda.
Intervenção com ACT:
- Acolhimento sem exigência de relato traumático detalhado;
- Trabalho com defusão de pensamentos do tipo “eu sou quebrada” e “ninguém é confiável”;
- Exploração de valores como liberdade, afeto e autenticidade;
- Exercícios de mindfulness para reconhecer sensações sem se fundir a elas;
- Ação comprometida: pequenos passos para reativar conexões sociais.
Após 12 sessões, Clara relata maior consciência dos próprios padrões e começa a participar de atividades sociais que havia abandonado.
Trauma, cultura e contexto: cuidado redobrado
Ao trabalhar com adversidades e sofrimento intenso, o terapeuta precisa:
- Respeitar o tempo e a linguagem do paciente;
- Evitar forçar relatos ou confrontar resistências;
- Estar atento a variáveis culturais, sociais e identitárias;
- Cultivar uma escuta ética e validante, mesmo diante do silêncio.
ACT e neurobiologia do trauma: o que dizem as evidências?
Estudos indicam que intervenções baseadas em mindfulness e aceitação contribuem para:
- Regulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (reduzindo o impacto fisiológico do estresse);
- Ativação de redes cerebrais relacionadas à atenção e autoconsciência;
- Diminuição da reatividade da amígdala diante de estímulos emocionais;
- Melhoria em sintomas de TEPT, depressão, ansiedade e dor crônica.
👉 Veja também: O futuro da TCC – integração com neurociência
Conclusão
A ACT representa um avanço significativo na forma como lidamos com traumas e adversidades na prática clínica. Ao invés de prometer alívio imediato ou supressão de memórias, ela ensina o paciente a cultivar coragem, presença e significado, mesmo diante da dor.
Superar não é esquecer. É aprender a caminhar com as cicatrizes — com autonomia, compaixão e ação comprometida com aquilo que realmente importa.
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