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A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) vem se consolidando como uma das abordagens mais eficazes, inovadoras e humanizadas da psicologia contemporânea. Parte integrante da chamada terceira onda da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), a ACT oferece uma visão profunda e transformadora da clínica, integrando ciência do comportamento, filosofia contextualista e práticas de mindfulness.
Não é surpresa, portanto, que muitos profissionais estejam buscando formação qualificada nessa abordagem.
Mas o que é preciso saber para se tornar um terapeuta de ACT?
Quais são os fundamentos essenciais, as competências clínicas mais importantes e os caminhos recomendados para quem está começando?
Neste guia completo para iniciantes, você vai encontrar:
- A base teórica da ACT;
- O papel da flexibilidade psicológica na prática clínica;
- As seis dimensões do hexaflex e suas aplicações;
- As competências fundamentais do terapeuta;
- O que esperar de uma formação de qualidade em ACT;
- Materiais, livros e cursos recomendados;
- Dicas práticas para quem está começando a aplicar ACT.
Seja você um estudante de psicologia, psicólogo recém-formado ou um profissional experiente em busca de atualização, este artigo é para você.
1. O que é ACT? Um panorama inicial
A ACT (Acceptance and Commitment Therapy) é uma abordagem psicoterapêutica desenvolvida a partir da análise do comportamento e da Teoria das Molduras Relacionais (Relational Frame Theory – RFT), com o objetivo de promover o que chamamos de flexibilidade psicológica: a capacidade de estar presente, aceitar a experiência interna e agir em direção aos próprios valores.
Diferente de abordagens focadas na modificação do conteúdo dos pensamentos, a ACT foca na relação que o indivíduo estabelece com esses pensamentos, emoções e memórias.
Seis pilares da ACT:
- Aceitação: abertura para sentir.
- Defusão cognitiva: separar-se dos pensamentos.
- Contato com o momento presente: viver o agora com consciência.
- Eu como contexto: observar sem se fundir com a experiência.
- Valores: direção que dá sentido à vida.
- Ação comprometida: passos concretos alinhados aos valores.
👉 Leia mais: A Hexaflex da ACT – explorando os seis processos centrais
2. O papel da flexibilidade psicológica
A flexibilidade psicológica é a variável transdiagnóstica central na ACT. Ela está associada a maior bem-estar emocional, melhor funcionamento interpessoal, resiliência e qualidade de vida.
Flexibilidade psicológica é a capacidade de:
- Estar aberto às experiências internas (pensamentos, emoções, memórias);
- Estar presente no momento;
- Agir de acordo com valores, mesmo diante do desconforto.
Essa habilidade não apenas previne sofrimento psicológico, mas também permite que o paciente reconstrua a própria narrativa em vez de ser dominado por ela.
3. Formação teórica: por onde começar?
3.1. Fundamentos da ACT
Todo terapeuta ACT deve ter um bom entendimento de:
- Teoria das Molduras Relacionais (RFT);
- Contextualismo funcional;
- História da TCC e a transição para a terceira onda;
- Diferenças entre controle experiencial e aceitação.
A leitura de autores como Steven C. Hayes, Kelly Wilson, Kirk Strosahl e Luís Valério (no Brasil) é altamente recomendada.
👉 Veja também: A origem da ACT – como surgiu e quais são suas bases teóricas
3.2. Roteiro de leitura para iniciantes
- “Terapia de Aceitação e Compromisso” – Steven Hayes, Kirk Strosahl e Kelly Wilson (Artmed);
- “Mindfulness e aceitação” – Steven Hayes et al.;
- “ACT na prática clínica” – Russ Harris;
- “O Cérebro e a Terapia de Aceitação e Compromisso” – Deborah Reasbeck;
- “O Transtorno de Ansiedade na ACT” – John Forsyth e Georg Eifert.
Esses livros fornecem o repertório básico para que o terapeuta compreenda os fundamentos e o funcionamento clínico da ACT.
4. A prática clínica: o que se espera do terapeuta ACT?
4.1. Competências centrais
- Presença terapêutica: o terapeuta atua como modelo de aceitação e valores.
- Uso criativo de metáforas e exercícios: a ACT é altamente experiencial.
- Tolerância ao desconforto: tanto do paciente quanto do próprio terapeuta.
- Evitar “psicoeducação excessiva” ou foco excessivo na lógica.
- Validação sem fusão: reconhecer a dor sem alimentar a narrativa rígida.
- Trabalho com valores: diferenciar metas de valores e identificar ações consistentes.
4.2. Atitudes do terapeuta
O terapeuta de ACT atua com:
- Curiosidade compassiva;
- Coragem clínica;
- Abertura para estar com o outro em sua dor;
- Coerência com os próprios valores enquanto conduz a sessão.
A ACT não é apenas uma técnica — é uma postura ética e relacional.
5. Estrutura de uma sessão em ACT
Não existe um “protocolo rígido”, mas a sessão costuma fluir da seguinte forma:
- Check-in experiencial: como o paciente está hoje?
- Exploração de barreiras: o que está se interpondo entre ele e a vida que quer viver?
- Identificação de processo: fusão? evitamento? perda de valores?
- Aplicação de metáfora, exercício ou intervenção direta;
- Reconexão com valores;
- Plano de ação comprometida (mesmo que pequeno).
👉 Leia também: A metáfora do passageiro no ônibus – entendendo a ACT na prática
6. Supervisão, treino e desenvolvimento contínuo
6.1. Prática deliberada
Aprofundar-se em ACT exige exposição constante ao modelo, supervisão clínica especializada e prática deliberada de habilidades específicas:
- Escuta aberta sem interrupções;
- Aplicação de metáforas com fluidez;
- Entrevistas baseadas em valores;
- Trabalho com resistência à mudança.
6.2. Participar de grupos de estudo e role-playing
- Grupos de prática entre colegas;
- Participação em workshops presenciais ou online;
- Cursos com simulações e feedback;
- Supervisão em grupo com foco em competências clínicas da ACT.
👉 Leia também: Treinamento de terapeutas em ACT – um guia prático
7. ACT para diferentes demandas clínicas
A ACT é eficaz para uma ampla variedade de quadros, incluindo:
- Depressão;
- Transtornos de ansiedade;
- Transtornos alimentares;
- Transtorno de personalidade borderline (em conjunto com DBT);
- Dor crônica;
- Luto complicado;
- Burnout e estresse ocupacional;
- Problemas interpessoais;
- Questões existenciais e crises de sentido.
👉 Veja também: ACT no tratamento de transtornos alimentares – um novo olhar
8. O terapeuta como instrumento: autoconhecimento e valores pessoais
O trabalho com ACT exige que o terapeuta também esteja em contato com seus próprios valores, processos internos e barreiras.
- Você está vivendo conforme seus valores?
- Como você lida com suas emoções no setting terapêutico?
- Está disposto a sentir desconforto em nome do crescimento clínico?
A ACT é uma abordagem que transforma também quem a pratica.
9. Cuidados éticos no uso da ACT
- Adaptar intervenções ao nível de compreensão do paciente;
- Evitar uso superficial de metáforas ou mindfulness sem contexto;
- Nunca usar valores como imposição moral;
- Manter-se dentro dos limites da formação profissional e competência clínica;
- Garantir consentimento informado para abordagens experienciáveis.
10. Conclusão: como começar com segurança?
Se você está começando sua trajetória como terapeuta ACT, aqui vão os principais passos:
✅ Estude os fundamentos teóricos com profundidade;
✅ Leia autores-chave da abordagem;
✅ Faça uma formação estruturada e baseada em evidências;
✅ Busque supervisão e treino deliberado;
✅ Pratique a ACT em sua própria vida;
✅ Aja com valores — inclusive na sua formação como terapeuta.
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