O impacto da ACT na superação de traumas e adversidades
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O trauma psíquico é uma experiência profundamente humana. Pode surgir a partir de abusos, perdas, negligência, acidentes, violência ou mesmo diante de situações existenciais que abalam nossa visão de mundo. Lidar com as marcas deixadas por essas experiências é um dos grandes desafios da clínica psicológica.
A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), como parte das terapias de terceira onda da TCC, oferece uma abordagem compassiva e cientificamente embasada para ajudar pessoas a reconstruírem significado, retomarem a vida e se reconectarem com seus valores mesmo após a dor.
Neste artigo, vamos explorar como a ACT contribui para a superação de traumas e adversidades, seus fundamentos teóricos, práticas clínicas e o que a ciência tem revelado sobre sua eficácia nesse campo.
Trauma: mais do que o evento, é o impacto
A definição de trauma vai além do evento em si. O foco está nas consequências emocionais, cognitivas e comportamentais que ele produz.
Reações comuns ao trauma:
- Flashbacks e memórias intrusivas;
- Evitação de estímulos relacionados ao trauma;
- Dissociação ou entorpecimento emocional;
- Culpa, vergonha, desesperança;
- Sensação de “desconexão de si e do mundo”.
Diante disso, muitos pacientes entram em ciclos de evitação experiencial — ou seja, fazem de tudo para não sentir, não lembrar, não pensar. A ACT entende que o sofrimento muitas vezes se intensifica justamente pela luta contra a dor.
👉 Leia também: ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso) — aceitação como chave terapêutica
Como a ACT aborda o trauma?
A ACT propõe que o paciente construa uma nova relação com suas experiências internas (memórias, sensações, emoções), favorecendo a flexibilidade psicológica. Isso significa abrir espaço para o que é difícil sentir, sem se paralisar ou se destruir por isso, e agir com base em valores significativos.
Os seis processos centrais da ACT na superação de traumas:
- Aceitação:
Permitir-se sentir dor emocional, sem tentar controlar ou eliminar a qualquer custo.
→ “Sinto medo, e mesmo assim posso agir.” - Defusão:
Observar pensamentos traumáticos sem se fundir a eles.
→ “Estou tendo o pensamento de que sou culpado” ≠ “Eu sou culpado.” - Contato com o momento presente:
A ancoragem no aqui e agora reduz a reatividade às memórias passadas.
→ “Agora estou seguro. Posso respirar e perceber meu corpo.” - Eu como contexto:
Ajudar o paciente a se ver como mais do que sua história traumática.
→ “Sou o espaço onde tudo acontece, não apenas o que me aconteceu.” - Valores:
Reconectar-se com propósitos de vida que transcendem o trauma.
→ “Quero viver com autenticidade e conexão, apesar da dor.” - Ação comprometida:
Realizar pequenas ações alinhadas a esses valores, mesmo com medo ou insegurança.
→ “Vou retomar contato com pessoas importantes para mim.”
👉 Veja também: A metáfora do passageiro no ônibus – entendendo a ACT na prática
Vantagens da ACT no trabalho com trauma
- Evita revitimização: não exige exposição traumática intensa logo de início;
- Foca em reconstrução de sentido, não apenas em redução sintomática;
- Acolhe a dor com compaixão, sem forçar o apagamento da experiência;
- Promove ação significativa, mesmo em cenários difíceis;
- Adapta-se bem a diferentes contextos: individual, grupo, populações vulneráveis.
Evidências científicas
A ACT tem sido estudada em populações expostas a trauma com resultados promissores:
- Walser & Westrup (2007): propuseram adaptações específicas da ACT para TEPT, com foco em aceitação da experiência e ação com base em valores.
- Twohig et al. (2010): pacientes com histórico de abuso sexual apresentaram melhora significativa após intervenção com ACT.
- Morris et al. (2016): estudo com veteranos de guerra mostrou que a ACT reduziu sintomas de TEPT e aumentou qualidade de vida.
- Roemer & Orsillo (2015): ACT combinada com mindfulness mostrou-se eficaz na redução da evitação experiencial e na melhora do funcionamento global.
Exemplo clínico: Ana, 32 anos – sobrevivente de violência doméstica
Contexto:
Ana chegou à terapia com sintomas de TEPT, medo constante e sensação de fracasso pessoal. Evitava falar sobre o passado e se sentia paralisada em decisões simples.
Intervenções com ACT:
- Trabalhou defusão com pensamentos de culpa: “foi minha culpa, eu deveria ter saído antes.”
- Introduziu exercícios de aceitação e respiração ancorada no presente.
- Identificou valores como liberdade, segurança e reconstrução de vínculos.
- Começou a se reconectar com a família, mesmo sentindo vergonha e medo.
Resultado:
Ao longo das sessões, Ana passou a
se permitir sentir, sem se definir pela dor, retomou projetos pessoais e passou a relatar mais autonomia e compaixão por si mesma.
Comparações com outras abordagens
Embora a ACT compartilhe terreno com outras terapias para trauma, seu diferencial está em:

Conclusão
A ACT se mostra uma abordagem eficaz, humana e profunda para a superação de traumas e adversidades. Ela não apaga a dor, mas ensina a carregá-la com dignidade, coragem e clareza de propósito.
Mais do que eliminar sintomas, a ACT ajuda o paciente a se reconectar com a vida, com seus valores e com sua potência de transformação.
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