A segunda onda da TCC: a revolução cognitiva e o modelo de Aaron Beck
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A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é, hoje, uma das abordagens mais utilizadas e pesquisadas da psicoterapia. Mas esse status não surgiu do nada. Entre os anos 1960 e 1970, uma verdadeira revolução ocorreu na prática clínica com o surgimento da segunda onda da TCC, marcada pelo trabalho do psiquiatra americano Aaron T. Beck.
Essa fase representa uma transição poderosa: da ênfase exclusivamente comportamental da primeira onda — fortemente influenciada pelo behaviorismo — para um modelo que integra cognição, emoção e comportamento. Neste artigo, você entenderá o que caracteriza essa segunda onda, seus fundamentos teóricos e as contribuições práticas que transformaram a psicoterapia moderna.
O que foi a revolução cognitiva?
A revolução cognitiva aconteceu como um movimento dentro da psicologia que começou a questionar os limites do behaviorismo radical. A ideia de que apenas o comportamento observável deveria ser objeto de estudo passou a ser criticada. Pesquisadores começaram a estudar os processos mentais — pensamentos, crenças, julgamentos — como fatores determinantes do comportamento humano.
Foi nesse contexto que Aaron Beck, inicialmente treinado na psicanálise, desenvolveu uma nova forma de compreender e tratar a depressão. Ele percebeu que seus pacientes apresentavam pensamentos automáticos negativos sobre si mesmos, o mundo e o futuro — o que mais tarde ficaria conhecido como a tríade cognitiva da depressão.
O modelo cognitivo de Aaron Beck
A TCC, na sua forma mais clássica, se baseia no modelo cognitivo, que propõe:
- As emoções e comportamentos de uma pessoa são fortemente influenciados pela forma como ela interpreta os eventos.
- Esses significados são mediados por pensamentos automáticos e crenças centrais.
- Alterar pensamentos disfuncionais pode produzir mudanças emocionais e comportamentais duradouras.
Segundo Beck, os transtornos psicológicos não são causados apenas por eventos da vida, mas pela interpretação que fazemos deles. O trabalho terapêutico, então, passa a ser:
- Identificar pensamentos disfuncionais;
- Avaliar sua validade;
- Testar novas interpretações;
- Promover mudanças nas crenças centrais.
Estrutura da terapia na segunda onda
A TCC tradicional estruturada por Beck é caracterizada por:
- Sessões estruturadas: com agenda definida, revisão de tarefas e definição de metas.
- Psicoeducação: ensinar o paciente sobre o funcionamento da mente e o modelo cognitivo.
- Colaboração ativa: terapeuta e paciente trabalham juntos como uma equipe.
- Técnicas cognitivas e comportamentais: como reestruturação cognitiva, experimentos comportamentais, ativação comportamental, entre outras.
Essa metodologia trouxe previsibilidade, clareza e cientificidade à psicoterapia, permitindo inclusive pesquisas empíricas controladas que validassem sua eficácia.
Principais contribuições clínicas da segunda onda
- Tratamento da depressão com alta taxa de eficácia;
- Expansão para outros transtornos como ansiedade, TOC, fobias, transtornos alimentares;
- Uso de protocolos estruturados com resultados replicáveis;
- Influência sobre guidelines internacionais e políticas de saúde mental;
- Base para o desenvolvimento de abordagens da terceira onda (como ACT, DBT e MBCT).
A obra "Terapia Cognitivo-Comportamental: Teoria e Prática" de Judith Beck, filha de Aaron Beck, é uma das principais referências sobre esse modelo e ainda hoje é usada como base para formação de terapeutas em todo o mundo.
Você pode conhecer mais sobre Judith Beck neste artigo completo do blog.

Críticas e limites
Embora extremamente eficaz, a segunda onda da TCC também recebeu críticas:
- Ênfase excessiva na racionalização de pensamentos;
- Menor atenção a processos emocionais profundos;
- Aplicação limitada em quadros mais complexos, como transtornos de personalidade;
- Dificuldade de aderência em certos pacientes que não se identificam com o estilo estruturado da abordagem.
Essas limitações deram origem à terceira onda da TCC, que incorporou elementos como aceitação, mindfulness e foco em valores.
Conclusão
A segunda onda da TCC, liderada por Aaron Beck, representou uma revolução na psicoterapia. Ao introduzir o modelo cognitivo e técnicas eficazes de reestruturação do pensamento, a abordagem ampliou o alcance da terapia e a tornou mais científica, eficaz e replicável.
Estudar a TCC tradicional não é apenas revisitar o passado, mas compreender os fundamentos que sustentam as intervenções contemporâneas mais eficazes da psicologia clínica.
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