A metáfora do passageiro no ônibus: entendendo a ACT na prática
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A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) é conhecida por utilizar metáforas poderosas para facilitar a compreensão e a vivência dos seus princípios. Uma das mais impactantes — tanto para terapeutas quanto para pacientes — é a metáfora do passageiro no ônibus. Ela é frequentemente usada para explicar o conceito de aceitação e ajudar o paciente a tomar consciência da diferença entre estar no controle da própria vida ou ser dominado pelas suas emoções e pensamentos.
Neste artigo, vamos explorar em profundidade essa metáfora, entender o que ela representa dentro da ACT e como pode ser utilizada na prática clínica para promover flexibilidade psicológica.
O que é a metáfora do passageiro no ônibus?
Imagine que você é o motorista de um ônibus. Esse ônibus representa a sua vida — o caminho que você quer seguir, os valores que deseja viver, os objetivos que deseja alcançar.
Porém, dentro do ônibus, existem passageiros barulhentos, agressivos e amedrontadores. Eles representam seus pensamentos negativos, emoções difíceis, memórias dolorosas e autocríticas. Esses passageiros começam a gritar ameaças como:
- “Você não vai conseguir!”
- “Você vai falhar de novo!”
- “Todos vão te julgar!”
- “Você é um fracasso!”
Diante disso, você se sente tentado a parar o ônibus ou mudar a rota, apenas para calar os passageiros. E, de fato, quando você desvia o caminho e evita avançar, eles até se acalmam temporariamente.
O problema é que, ao fazer isso, você deixa de seguir em direção ao que realmente importa para você. Seu comportamento é guiado pelo medo, pela evitação, e não pelos seus valores pessoais.
O que a ACT propõe com essa metáfora?
A ACT convida o paciente a reconhecer que:
- Os “passageiros” (pensamentos e emoções difíceis) estarão sempre ali, especialmente quando estamos prestes a fazer algo significativo.
- Não é necessário eliminar os passageiros para dirigir o ônibus.
- Podemos aprender a conviver com eles no banco de trás, sem permitir que decidam a direção da nossa vida.
A proposta da ACT é ajudar o paciente a ouvir os passageiros sem obedecê-los, direcionando suas ações com base em seus valores, e não no medo, na culpa ou na evitação.
Essa metáfora ilustra a prática da aceitação experiencial e da ação comprometida, dois dos seis processos centrais do modelo Hexaflex da ACT.
Aplicações clínicas da metáfora
A metáfora do passageiro no ônibus é útil em diversas situações clínicas:
- Transtornos de ansiedade: ajuda o paciente a perceber que pode seguir em frente mesmo com medo, sem precisar eliminá-lo.
- Depressão: mostra que sentimentos de desânimo e pensamentos de inutilidade não precisam paralisar as ações.
- TOC: reforça que pensamentos obsessivos podem estar presentes, mas não devem comandar o comportamento.
- Transtornos de personalidade: ensina que emoções intensas não precisam determinar reações impulsivas.
- Dificuldades com autoestima: ajuda o paciente a não se identificar completamente com seus pensamentos autocríticos.
Além disso, é uma metáfora fácil de visualizar, que pode ser adaptada com desenhos, dramatizações ou questionamentos clínicos como:
- "Quais são os passageiros que mais gritam no seu ônibus?"
- "O que você costuma fazer quando eles começam a ameaçar?"
- "Para onde você gostaria de dirigir o seu ônibus, se pudesse ignorar essas vozes?"
Relação com outros princípios da ACT
Essa metáfora integra vários princípios centrais da ACT:

Conheça os seis processos centrais da ACT neste artigo sobre o modelo Hexaflex.
Outras metáforas que se relacionam
A ACT é rica em metáforas que dialogam com a do ônibus. Entre elas:
- O tabuleiro de xadrez: você é o tabuleiro, não as peças.
- Areia movediça: quanto mais luta para sair, mais afunda.
- A mente como máquina de resolver problemas: útil para o mundo externo, nem sempre para o interno.
Essas metáforas têm função terapêutica: ajudam o paciente a experimentar um novo modo de se relacionar com sua própria experiência interna.
Conclusão
A metáfora do passageiro no ônibus é um recurso simples, mas profundamente transformador. Ela permite que o paciente reconheça seus pensamentos e emoções sem precisar lutar contra eles o tempo todo — e, mais importante, mostra que é possível viver uma vida guiada por valores, não pelo medo.
Ao incorporar essa metáfora na prática clínica, terapeutas promovem autonomia, clareza de direção e compaixão no processo de mudança.
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