ACT e relacionamentos: como melhorar conexões interpessoais
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Relacionamentos interpessoais são uma das maiores fontes de bem-estar — e, paradoxalmente, de sofrimento humano. A dificuldade de se conectar, de lidar com rejeições, de manter vínculos saudáveis ou de se posicionar com autenticidade são temas constantes na clínica psicológica. A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), com sua ênfase em flexibilidade psicológica, valores e aceitação da experiência interna, tem se mostrado extremamente útil no trabalho com essas questões.
Mais do que resolver conflitos ou ensinar habilidades sociais, a ACT convida o paciente a se relacionar com os outros a partir de uma presença consciente, valores pessoais e disposição para lidar com o desconforto inevitável do contato humano.
Neste artigo, vamos explorar como a ACT pode ser aplicada na melhoria das conexões interpessoais — seja na vida amorosa, familiar, profissional ou social — e quais estratégias práticas podem ser utilizadas na clínica.
Por que relacionamentos são tão desafiadores?
Relacionar-se implica em:
- Expor vulnerabilidades;
- Lidar com expectativas e frustrações;
- Enfrentar o medo de rejeição, abandono ou julgamento;
- Equilibrar autenticidade com empatia.
Esses desafios costumam ativar padrões de evitação experiencial, como:
- Evitar conversas difíceis;
- Suprimir sentimentos;
- Atuar de forma defensiva ou passiva-agressiva;
- Desconectar-se para não sofrer.
A ACT oferece um caminho diferente: aceitar o desconforto inerente aos vínculos e escolher agir com coerência aos próprios valores, mesmo quando há medo, vergonha ou insegurança.
👉 Leia também: O papel da flexibilidade psicológica nas terapias da terceira onda
Como a ACT pode melhorar os relacionamentos?
A ACT trabalha com seis processos centrais, todos aplicáveis ao universo das relações humanas:
1. Aceitação
Permitir-se sentir raiva, ciúme, insegurança ou tristeza, sem precisar reprimir ou agir impulsivamente.
2. Defusão
Observar pensamentos automáticos como “ele não se importa comigo”, “vou ser rejeitado” ou “tenho que agradar sempre” sem tomá-los como verdades absolutas.
3. Presença
Estar genuinamente presente com o outro — ouvindo, validando, reconhecendo — em vez de agir no piloto automático.
4. Eu como contexto
Reconhecer que você é mais do que seus pensamentos ou rótulos relacionais (ex: “sou carente”, “sou ruim com pessoas”).
5. Valores
Refletir sobre quem você deseja ser nos seus relacionamentos. Que tipo de parceiro, amigo ou colega quer ser, independentemente do comportamento do outro?
6. Ação comprometida
Agir de forma coerente com esses valores, mesmo diante do desconforto ou do medo da reação alheia.
Estratégias práticas para aplicar ACT em temas relacionais
1. Exploração de valores relacionais
- “Qual a sua intenção ao estar nessa relação?”
- “Se você agisse como a pessoa que quer ser nesse vínculo, o que faria diferente?”
2. Diálogo com pensamentos difíceis
- Prática de defusão com frases como: “Estou tendo o pensamento de que sou descartável.”
- Questionar: “Esse pensamento me aproxima ou me afasta do tipo de conexão que desejo?”
3. Role-play de conversas difíceis
- Simulações para treinar assertividade com aceitação do desconforto.
- Enfatizar que sentir medo de confronto não impede agir com clareza.
4. Mindfulness em interações
- Treinar atenção plena durante conversas, evitando antecipações ou julgamentos.
- Atividades de escuta ativa e validação mútua.
5. Metáforas terapêuticas
- Exemplo: “Relações são como jardinagem. Algumas plantas florescem, outras secam. Mas é preciso cuidar do que importa, mesmo com espinhos.”
Aplicações clínicas da ACT em diferentes contextos relacionais
Relacionamentos amorosos
- Trabalhar padrões de dependência emocional ou medo de abandono;
- Reconectar com valores como respeito, carinho e liberdade mútua;
- Reduzir comportamentos de controle, ciúme e culpa.
Relações familiares
- Lidar com mágoas antigas com base em aceitação e compaixão;
- Estimular ações coerentes com valores de reconciliação, apoio ou autonomia.
Relacionamentos profissionais
- Desenvolver autenticidade e assertividade sem rigidez ou submissão;
- Encorajar ações com base em valores profissionais, como cooperação, integridade e respeito.
Relacionamentos consigo mesmo
- Trabalhar a autocompaixão como base para vínculos saudáveis;
- Reconhecer que o modo como nos tratamos molda nossa forma de nos conectar com os outros.
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Exemplo clínico: Mariana, 29 anos – dificuldade em se posicionar no namoro
Contexto:
Mariana relatava sentir-se invisível na relação. Evitava falar o que pensava para não gerar conflitos. Isso gerava ressentimento, ansiedade e afastamento.
Aplicações da ACT:
- Identificou o valor de intimidade autêntica;
- Trabalhou defusão com pensamentos como “ele vai me deixar se eu reclamar”;
- Aceitou o medo como parte do processo;
- Encorajada a expressar seus sentimentos com clareza, ainda que tremendo.
Resultado:
Mariana passou a se posicionar com mais firmeza e percebeu que, ao fazer isso, sua relação se tornava
mais verdadeira e conectada — inclusive lidando melhor com desacordos.
Conclusão
A ACT oferece uma abordagem profunda e transformadora para lidar com os desafios dos relacionamentos humanos. Ao convidar o paciente a aceitar suas emoções, desafiar seus pensamentos e agir com base nos próprios valores, ela permite que vínculos se tornem mais autênticos, saudáveis e significativos.
Relacionar-se bem não significa nunca sentir desconforto — mas sim agir com coragem e presença, mesmo quando a mente grita para fugir.
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