Terapias de terceira onda para transtornos de ansiedade e depressão
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A ansiedade e a depressão estão entre os transtornos mentais mais prevalentes do mundo. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram de depressão e outros 260 milhões de transtornos ansiosos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Apesar dos avanços nas intervenções psicoterapêuticas ao longo das últimas décadas, muitos pacientes ainda apresentam resistência ao tratamento, recaídas ou sintomas persistentes.
É nesse cenário que ganham destaque as terapias de terceira onda da TCC, como a ACT, DBT, MBCT e FAP. Essas abordagens surgiram a partir da década de 1990 com o intuito de superar limitações das abordagens anteriores, oferecendo um modelo mais flexível, experiencial e centrado na vivência subjetiva do paciente.
Neste artigo, vamos explorar como essas terapias de terceira onda abordam a ansiedade e a depressão, seus fundamentos conceituais, intervenções principais e o que dizem as evidências científicas.
O que são terapias de terceira onda?
As terapias comportamentais contextuais, também chamadas de terceira onda da Terapia Cognitivo-Comportamental, são abordagens que compartilham um foco comum em:
- Contexto e função do comportamento, em vez do conteúdo;
- Aceitação da experiência interna, ao invés de evitá-la ou controlá-la;
- Mindfulness e presença consciente;
- Ação orientada por valores pessoais;
- Relação terapêutica como ferramenta ativa de mudança.
👉 Veja um panorama geral das terapias da terceira onda neste artigo
ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso)
A ACT atua desenvolvendo flexibilidade psicológica, ou seja, a capacidade de estar presente, aceitar emoções difíceis e agir de forma coerente com os próprios valores — mesmo em meio à dor.
Ansiedade:
- Intervenção no evitamento experiencial, que sustenta os sintomas ansiosos.
- Uso de metáforas para ilustrar o custo da luta contra o desconforto (ex: “o pântano do desconforto”).
- Defusão de pensamentos como “não posso suportar isso” ou “preciso ter certeza antes de agir”.
Depressão:
- Validação da dor e quebra do ciclo da desmotivação-evitação.
- Resgate de ações significativas e ativação comportamental orientada por valores.
- Combate ao enredamento com pensamentos autocríticos através da defusão cognitiva.
👉 Leia mais sobre o papel dos valores na ACT
DBT (Terapia Comportamental Dialética)
Criada por Marsha Linehan, a DBT é uma abordagem eficaz para transtornos graves com desregulação emocional, como o transtorno de personalidade borderline, mas também tem aplicação sólida em quadros de depressão resistente e ansiedade severa.
Ansiedade:
- Estratégias de regulação emocional para lidar com picos de angústia.
- Treino de mindfulness e habilidades de tolerância ao mal-estar.
- Encorajamento de uma postura dialética: “Posso estar com medo e ainda assim tentar.”
Depressão:
- Treino de habilidades de efetividade interpessoal e autorrespeito.
- Validação emocional como base para reestruturação do senso de valor pessoal.
- Planejamento de ações com base no que é importante, mesmo sem motivação.
👉 Conheça os quatro módulos da DBT neste artigo
MBCT (Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness)
A MBCT foi desenvolvida originalmente para prevenir recaídas em depressão, mas mostrou eficácia também em transtornos ansiosos. Ela combina elementos da TCC tradicional com práticas de mindfulness.
Ansiedade:
- Redução da ruminação e preocupação com o futuro.
- Treino de observação dos pensamentos e emoções com curiosidade e não julgamento.
- Práticas de atenção plena para ancoragem no presente.
Depressão:
- Interrupção de ciclos de pensamento negativo repetitivo.
- Aumento da consciência emocional e da compaixão por si mesmo.
- Fortalecimento da capacidade de “escolher onde colocar a atenção”.
👉 Saiba mais sobre como o mindfulness é integrado à MBCT
FAP (Psicoterapia Analítica Funcional)
A FAP tem como foco principal a relação terapêutica como campo vivo de transformação. Ao observar padrões interpessoais que se manifestam na sessão, o terapeuta pode reforçar novos comportamentos mais saudáveis.
Ansiedade:
- Identificação de padrões de esquiva interpessoal (ex: evitação de vulnerabilidade).
- Reforço em tempo real de expressões de abertura emocional.
- Construção de segurança relacional dentro do setting terapêutico.
Depressão:
- Fortalecimento de comportamentos de contato, expressão e autoestima em sessão.
- Resposta sensível e reforçadora do terapeuta ao comportamento verbal do paciente.
- A relação terapêutica torna-se um modelo vivo de vínculo reparador.
Evidências científicas
Estudos acumulados nas últimas duas décadas mostram a eficácia das terapias de terceira onda:
- ACT: Eficaz no tratamento de transtornos de ansiedade generalizada, TOC, transtorno do pânico e depressão (Ruiz, 2012).
- DBT: Eficaz para depressão com ideação suicida, ansiedade crônica e quadros com comorbidades emocionais graves (Linehan, 2015).
- MBCT: Reduz significativamente as recaídas depressivas em pacientes com histórico de episódios recorrentes (Segal et al., 2013).
- FAP: Promissora na mudança de padrões interpessoais disfuncionais e na ampliação da expressividade emocional (Kanter et al., 2010).
Essas abordagens também mostram melhor adesão ao tratamento, menores taxas de desistência e mais ganhos de qualidade de vida.
Exemplo clínico: Letícia, 42 anos – ansiedade generalizada e tristeza constante
Contexto:
Letícia procurou terapia por sentir um “nó constante no peito”, medo de errar no trabalho e pensamentos frequentes de que “nada tem sentido”.
Intervenções com ACT e MBCT:
- Aprendeu a observar os pensamentos como eventos da mente (defusão).
- Conectou-se com valores como conexão familiar e cuidado com o corpo.
- Iniciou práticas de respiração consciente e atenção plena.
- Passou a tomar pequenas decisões orientadas por propósito, e não por medo.
Resultado:
Letícia não se “curou da ansiedade”, mas passou a vivê-la com mais aceitação e menos paralisia, retomando ações importantes da sua vida.
Conclusão
As terapias de terceira onda representam um avanço significativo no tratamento da ansiedade e da depressão. Elas não apenas buscam eliminar sintomas, mas ampliar a liberdade de viver com mais presença, aceitação e sentido, mesmo em meio ao sofrimento.
Essa abordagem não nega a dor, mas oferece caminhos para conviver com ela de forma funcional e libertadora — um verdadeiro convite à transformação.
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