MBCT para melhorar a relação com o corpo e a autoimagem
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A Mindfulness-Based Cognitive Therapy (MBCT), ou Terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness, é uma abordagem reconhecida por integrar práticas de atenção plena (mindfulness) com técnicas da terapia cognitiva, comumente utilizada para prevenção de recaídas em quadros de depressão e ansiedade. Entretanto, nas últimas décadas, a MBCT também tem se mostrado eficaz em outros contextos, inclusive no aprimoramento da relação com o corpo e na promoção de uma autoimagem mais saudável. Em um mundo cada vez mais permeado por padrões estéticos rígidos e comparações constantes, melhorar a percepção corporal tornou-se um desafio para muitas pessoas.
Neste texto, vamos discutir como a MBCT pode ser aplicada para desenvolver uma relação mais equilibrada e compassiva com o próprio corpo, contribuindo para a redução de insatisfação corporal e a construção de uma autoimagem mais positiva. Abordaremos os princípios do mindfulness, os fundamentos da terapia cognitiva e como ambos, combinados, fornecem ferramentas para uma mudança efetiva na forma como enxergamos nosso corpo e lidamos com nossas emoções. Se você deseja continuar se aprofundando em Terapias de Terceira Onda, Neuropsicologia e Avaliação Neuropsicológica, recomendamos visitar o nosso blog, onde você encontrará artigos, estudos de caso e reflexões sobre diversos temas relevantes.
Índice
- Entendendo a relação entre corpo, mente e autoimagem
- O que é MBCT e por que funciona
- Como a atenção plena (mindfulness) pode ajudar na percepção corporal
- Princípios cognitivos voltados à autoimagem
- Exercícios práticos de MBCT para melhorar a relação com o corpo
5.1 Varredura corporal (body scan)
5.2 Exercício de alimentação consciente (mindful eating)
5.3 Observação de pensamentos e emoções sobre o corpo
5.4 Prática de autocompaixão e aceitação - Desafios comuns ao aplicar MBCT para a autoimagem
- Exemplos de casos e resultados obtidos
- Integração com outras estratégias e terapias
- Conclusão e próximos passos
1. Entendendo a relação entre corpo, mente e autoimagem
A maneira como percebemos e avaliamos nosso corpo está intimamente ligada a fatores emocionais e cognitivos. Esse conjunto de crenças, sentimentos e atitudes compõe a autoimagem, que abrange:
- Percepção física: o modo como identificamos características corporais (peso, formato, altura, etc.).
- Avaliação subjetiva: julgamentos que fazemos em relação ao nosso corpo (como “estou acima do peso”, “sou magro demais”, “minha pele não é bonita”, entre outros).
- Componentes emocionais: as emoções que surgem ao pensar em nossa aparência (culpa, tristeza, vergonha, orgulho, satisfação).
Em um contexto social repleto de imagens idealizadas de beleza, muitas pessoas desenvolvem insatisfação corporal, abrindo portas para sentimentos de insegurança, baixa autoestima e até transtornos alimentares. Nesses casos, a mente tende a tornar-se um “campo de batalha” onde críticas internas, comparações e pensamentos negativos sobre o corpo ganham força.
2. O que é MBCT e por que funciona
A MBCT (Mindfulness-Based Cognitive Therapy) foi desenvolvida por Zindel Segal, Mark Williams e John Teasdale, inspirada no programa de redução de estresse baseado em mindfulness (MBSR) de Jon Kabat-Zinn. A proposta inicial era prevenir recaídas em depressão, combinando práticas de atenção plena com elementos da terapia cognitivo-comportamental (TCC). Entretanto, seus benefícios transcendem o manejo da depressão, sendo úteis também para outros problemas emocionais — como dificuldade de lidar com a autoimagem e insatisfação corporal.
As bases centrais da MBCT incluem:
- Atenção plena (mindfulness): desenvolver a habilidade de observar o momento presente de forma intencional e sem julgamentos, reconhecendo pensamentos, sensações e emoções como eventos transitórios.
- Reestruturação cognitiva: identificar padrões de pensamento negativo ou distorcido, aprendendo a questioná-los e criar novas interpretações mais funcionais e compassivas.
- Prevenção de ciclos de ruminação: impedir que pensamentos automáticos sobre o corpo e a aparência se convertam em longas espirais de autocrítica.
- Autocompaixão e aceitação: incentivar uma postura amorosa e compreensiva em relação ao próprio corpo, em vez de insistir em padrões de perfeccionismo.
Essa integração de mindfulness e terapia cognitiva oferece uma estrutura segura para explorar a relação com o corpo, pois combina a habilidade de “estar presente” com uma atitude de questionamento e reformulação de crenças disfuncionais.
3. Como a atenção plena (mindfulness) pode ajudar na percepção corporal
A atenção plena convida a observar o corpo do jeito que ele é, no momento presente, reduzindo a influência de julgamentos automáticos e críticas internas. Alguns pontos centrais:
- Observação neutra: em vez de julgar uma parte do corpo como “feia” ou “inadequada”, exercitamos notar as sensações (tensão, dor, relaxamento), sem rotular de bom ou ruim.
- Ancoragem sensorial: práticas de mindfulness focadas em sensações corporais (textura da pele, temperatura, movimentos, respiração) ajudam a diminuir a hiperidentificação com o padrão estético, deslocando a atenção para a experiência viva do corpo.
- Autorregulação emocional: ao perceber sentimentos negativos surgindo, como vergonha ou culpa, podemos simplesmente reconhecê-los e trazer compaixão, em vez de nos deixar levar por um fluxo de pensamentos de autodepreciação.
Para melhorar a autoimagem, esse processo de observação das sensações e das reações do corpo no “aqui e agora” possibilita um reconhecimento mais realista e empático de quem somos fisicamente.
4. Princípios cognitivos voltados à autoimagem
Além do aspecto de atenção plena, a MBCT incorpora elementos cognitivos fundamentais:
- Identificação de pensamentos automáticos negativos: por exemplo, “meu corpo é horrível”, “nunca vou estar em forma”, “as pessoas vão me rejeitar por causa da minha aparência”.
- Descolamento de pensamentos e fatos: reconhecer que pensamentos negativos sobre o corpo são apenas interpretações, não verdades absolutas.
- Desenvolvimento de pensamentos alternativos: criar uma narrativa mais neutra ou até mesmo positiva, considerando qualidades, potências e funções do corpo.
- Flexibilidade cognitiva: aprender a transitar entre diferentes perspectivas, evitando a rigidez de “tudo ou nada” que muitas vezes permeia a autoimagem.
Essa abordagem estimula a pessoa a observar como pensa sobre o corpo, em vez de simplesmente reagir às emoções e desejos de perfeição.
5. Exercícios práticos de MBCT para melhorar a relação com o corpo
5.1 Varredura corporal (body scan)
A varredura corporal, ou body scan, é uma das práticas de mindfulness mais conhecidas:
- Como fazer: A pessoa deita-se ou senta-se confortavelmente e fecha os olhos. Conduz-se a atenção de forma sistemática, começando pelos dedos dos pés, subindo pelas pernas, tronco, braços, pescoço, até o topo da cabeça.
- Objetivo: Notar tensões, sensações de calor ou frio, pulsação, formigamentos — tudo o que for percebido na região explorada.
- Sem julgamentos: Em vez de avaliar uma sensação como “ruim” ou “boa”, praticar apenas a identificação e o acolhimento, mesmo que seja desconfortável.
- Benefícios para a autoimagem: Cria proximidade com o corpo, ajudando a pessoa a enxergá-lo mais como um “aliado” do que como algo “imperfeito”.
5.2 Exercício de alimentação consciente (mindful eating)
O mindful eating é extremamente útil para quem luta com distorções de imagem corporal e questões alimentares:
- Comendo devagar: prestar atenção ao sabor, textura e cheiro do alimento.
- Reconhecimento da fome e saciedade: observar sinais corporais de satisfação, evitando comer além do necessário ou de forma impulsiva.
- Observação de pensamentos: notar julgamentos e crenças automáticas sobre comida (“comer doce me faz fracassar”), reformulando-os com gentileza.
- Benefícios: ajuda a estabelecer uma relação mais equilibrada e prazerosa com a alimentação, reduzindo culpa e a ansiedade.
5.3 Observação de pensamentos e emoções sobre o corpo
- Diário de autopercepção: anotar situações em que aparecem pensamentos negativos relacionados à aparência e quais emoções emergem.
- Momento de pausa: sempre que surge um julgamento do tipo “minhas pernas são feias”, parar e nomear: “Pensamento de autocrítica”.
- Reconhecimento de padrões: perceber se há gatilhos específicos (espelho, rede social, compra de roupas), traçando estratégias de autorregulação.
5.4 Prática de autocompaixão e aceitação
- Exercícios de autocompaixão: recitar mentalmente frases como “posso estar bem, mesmo não sendo perfeita”, “mereço acolhimento e respeito”.
- Carta para si mesma: escrever uma carta de autoapoio, como se estivesse ajudando uma amiga a lidar com dificuldades de autoestima.
- Aceitação ativa: compreender que aceitar o corpo não é sinônimo de desistir de cuidados ou objetivos, mas sim deixar de lutar contra ele, construindo motivação para um autocuidado mais saudável.
6. Desafios comuns ao aplicar MBCT para a autoimagem
Enquanto as práticas de MBCT podem oferecer progressos significativos, há desafios a serem considerados:
- Resistência inicial: para quem vive há anos com uma relação conturbada com o corpo, o processo de autopercepção pode ser desconfortável, gerando fuga ou desistência.
- Expectativas irreais: é preciso enfatizar que MBCT não visa proporcionar “perda de peso imediata” ou “amor incondicional ao corpo” em poucas semanas. Trata-se de um trabalho gradual de mudança de perspectiva.
- Sistema social e midiático: em uma cultura que supervaloriza ideais estéticos, o praticante pode sentir pressão externa, o que exige reforço constante do mindset de aceitação e autocompaixão.
- Necessidade de suporte: algumas pessoas terão melhores resultados quando associam a MBCT a acompanhamento nutricional, endocrinológico ou psiquiátrico (no caso de transtornos alimentares ou depressão severa).
7. Exemplos de casos e resultados obtidos
Muitos estudos e relatos clínicos apontam para efeitos positivos da MBCT em relação à imagem corporal:
- Adolescentes em programas escolares que adotaram práticas de mindfulness relataram diminuição de comportamentos de comparação estética e maior satisfação com o corpo.
- Mulheres adultas que sofriam de transtorno de compulsão alimentar encontraram alívio ao combinar mindful eating com reestruturação cognitiva, diminuindo episódios de comer impulsivo.
- Pacientes com transtorno de ansiedade notaram redução do foco excessivo em defeitos percebidos na aparência, além de maior regulação emocional diante de críticas ou comentários alheios.
Embora cada pessoa responda de forma individualizada, a tendência é que a MBCT produza efeitos duradouros, pois não se trata de uma “técnica rápida”, mas de uma mudança gradual na forma de lidar com pensamentos e sensações.
8. Integração com outras estratégias e terapias
A MBCT pode ser ainda mais eficaz quando integrada a outras abordagens, conforme a necessidade de cada paciente:
- Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): ambas compartilham o uso de mindfulness e processos de aceitação, sendo complementares nos casos em que há forte evitação experiencial ligada ao corpo.
- Terapia Comportamental Dialética (DBT): em casos de autolesão ou intensa regulação emocional, unir DBT e MBCT pode potencializar recursos de enfrentamento.
- Avaliação Neuropsicológica: em certos quadros, entender aspectos atencionais, executivos e mnêmicos pode ajudar a personalizar o protocolo de MBCT.
- Acompanhamento médico e nutricional: fundamental em casos de obesidade, transtornos alimentares ou problemas de saúde que interfiram na imagem corporal.
Dessa forma, a intervenção não se restringe apenas à mudança de padrão de pensamento, mas abrange o cuidado integral, com um olhar sistêmico sobre a pessoa.
9. Conclusão e próximos passos
Aplicar a Mindfulness-Based Cognitive Therapy (MBCT) com foco na melhora da relação com o corpo e na construção de uma autoimagem mais saudável é uma estratégia valiosa para quem lida com sentimentos de insegurança, vergonha ou crítica intensa em relação à aparência. Unindo a atenção plena — que ajuda a estar mais presente e diminuir julgamentos automáticos — à terapia cognitiva — que questiona crenças disfuncionais e desenvolve pensamentos mais compassivos —, o indivíduo pode gradualmente cultivar uma percepção mais amigável do próprio corpo.
Vale ressaltar que esse processo exige persistência, acolhimento profissional e motivação pessoal, pois as mudanças cognitivas e emocionais não ocorrem de forma instantânea. Entretanto, os resultados tendem a ser consistentes e transformadores, promovendo um maior bem-estar, autoconfiança e satisfação de maneira global, impactando até outros aspectos da vida.
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