O papel da fusão cognitiva e da defusão na ACT
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Na Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), uma das bases conceituais mais importantes é a maneira como nos relacionamos com nossos pensamentos. Ao contrário da Terapia Cognitiva Tradicional — que propõe reestruturar pensamentos disfuncionais —, a ACT nos convida a observar os pensamentos sob outro prisma: não como verdades absolutas, mas como eventos mentais transitórios. É nesse ponto que entram dois conceitos centrais: fusão cognitiva e defusão cognitiva.
Neste artigo, exploramos o que significam esses termos, como se manifestam na prática clínica, e como terapeutas podem usar a defusão como ferramenta para promover flexibilidade psicológica, o objetivo final da ACT.
O que é fusão cognitiva?
A fusão cognitiva ocorre quando a pessoa se confunde com seus pensamentos, ou seja, quando trata os conteúdos mentais como se fossem:
- Verdades absolutas
- Ordens que devem ser obedecidas
- Ameaças reais
- Rótulos de identidade
Exemplos de pensamentos fundidos:
- “Sou um fracasso” → não é apenas um pensamento, é percebido como uma realidade.
- “Não posso sentir ansiedade” → torna-se uma ordem interna, e não apenas um desejo.
- “As pessoas vão me julgar” → tratado como certeza inquestionável.
Em estado de fusão, o pensamento domina o comportamento, impedindo que a pessoa aja com liberdade e consistência com seus valores.
A defusão na ACT: desapegando dos pensamentos
A defusão cognitiva é o processo de enxergar o pensamento como pensamento — um evento mental que pode ser observado, notado, nomeado e deixado ir, sem que isso determine a ação do indivíduo.
“Não estamos tentando mudar o conteúdo do pensamento, mas mudar nossa relação com ele.”
Esse é um dos pilares da ACT. A mudança acontece não porque o pensamento foi combatido, mas porque ele perdeu o poder de governar o comportamento.
Técnicas de defusão cognitiva
A ACT utiliza diversas estratégias criativas para promover defusão. Veja alguns exemplos:
1. Nomear o pensamento
- “Estou tendo o pensamento de que sou um fracasso.”
- Isso cria um distanciamento e evita a fusão.
2. Repetição de palavras
- Repetir a palavra “fracasso” por 30 segundos em voz alta.
- O som perde o significado e o pensamento se esvazia.
3. Transformar o pensamento em uma voz engraçada
- Imaginar o pensamento sendo dito com a voz do Pato Donald ou com sotaque.
- Isso reduz sua gravidade percebida.
4. Escrever o pensamento em uma folha e colocá-lo no bolso
- Um lembrete de que o pensamento pode “andar com você”, mas não precisa guiar suas ações.
5. Imaginar o pensamento flutuando em uma folha sobre um rio
- Uma imagem comum no mindfulness da ACT, representando que pensamentos vêm e vão.
Essas técnicas não visam ridicularizar o conteúdo dos pensamentos, mas romper a fusão com eles, dando ao paciente uma nova forma de se relacionar com sua mente.
Fusão e defusão na prática clínica
Abaixo, veja exemplos de como fusão e defusão impactam a vida dos pacientes:

A defusão não elimina os pensamentos. Ela os reposiciona, permitindo que o paciente atue com mais liberdade e presença.
Relação com o modelo Hexaflex
A defusão é um dos seis processos centrais do modelo Hexaflex da ACT, e está fortemente associada à:
- Aceitação: permite que pensamentos coexistam com experiências emocionais difíceis;
- Contato com o momento presente: favorece a observação do fluxo de pensamentos em tempo real;
- Ação comprometida: possibilita agir em direção a valores, mesmo com pensamentos desagradáveis presentes.
👉 Leia mais sobre o modelo Hexaflex neste artigo do blog.
Quando usar técnicas de defusão
A defusão é particularmente útil em quadros clínicos como:
- Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
- Ansiedade generalizada
- Transtorno depressivo maior
- Transtorno de personalidade borderline
- Ruminação e autocrítica elevadaTh
Nesses casos, os pensamentos não precisam ser combatidos, mas reconhecidos como construções mentais que podem ser observadas com curiosidade, e não como ameaças.
Conclusão
A fusão cognitiva prende o paciente em padrões rígidos e reativos. A defusão, por outro lado, liberta a ação, mesmo quando pensamentos desagradáveis estão presentes. Essa mudança de relação com os pensamentos é uma das marcas mais poderosas da ACT, pois não exige que a mente “melhore” — apenas que o paciente pare de lutar com ela.
Como disse Steven Hayes, criador da ACT:
“A mente é uma excelente serva, mas uma péssima mestra.”
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