Como escolher entre abordagens da segunda e terceira onda para um paciente?
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A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é reconhecida por seu caráter empírico e pela eficácia no tratamento de transtornos mentais. Contudo, o que muitas vezes chamamos de TCC engloba diferentes “gerações” ou “ondas” teóricas e práticas, que evoluíram ao longo do tempo. Enquanto a segunda onda enfatiza a reestruturação dos pensamentos e crenças (cognitivismo), a terceira onda traz um olhar focado na aceitação, mindfulness e alinhamento com valores pessoais (ex.: ACT, DBT, MBCT). Mas, diante de um paciente específico, como decidir qual abordagem priorizar? Quais critérios podem guiar essa escolha?
Neste texto, discutimos parâmetros clínicos e práticos para diferenciar a segunda e a terceira onda da TCC, ajudando terapeutas e psicólogos a definir caminhos terapêuticos adequados a cada pessoa. Se você deseja aprofundar ainda mais seus conhecimentos em Terapias de Terceira Onda, Neuropsicologia ou Avaliação Neuropsicológica, convidamos a visitar o nosso blog e conhecer a Formação Permanente da IC&C (Intervenções Cognitivas e Comportamentais), que oferece teoria sólida e prática supervisionada para uma atuação clínica atualizada.
Índice
- As diferenças essenciais entre a segunda e a terceira onda da TCC
- Critérios clínicos para escolher a abordagem
2.1 Tipo de sintoma e estilo de pensamento do paciente
2.2 Grau de insight e habilidade metacognitiva
2.3 Preferências e expectativas do paciente - Quando a segunda onda pode ser a melhor escolha
- Quando a terceira onda é recomendada
- Integração híbrida: combinando técnicas de ambas as ondas
- Exemplos de casos práticos
6.1 Caso de ansiedade social e forte autocrítica
6.2 Caso de ruminação depressiva crônica - Desafios e recomendações para o terapeuta
- Conclusão e próximos passos
1. As diferenças essenciais entre a segunda e a terceira onda da TCC
- Segunda onda (cognitivismo): Centraliza a atenção na reestruturação de pensamentos e crenças distorcidas. O terapeuta ajuda o paciente a identificar pensamentos automáticos e “testá-los” contra a realidade, substituindo-os por interpretações mais funcionais. Técnicas como questionamento socrático, autorregistros e psicoeducação sobre distorções cognitivas são pilares desse modelo.
- Terceira onda (aceitação e mindfulness): Em vez de confrontar ou alterar o conteúdo do pensamento, aposta em um relacionamento diferente com os eventos internos. O paciente aprende a aceitar sentimentos desagradáveis, a “desgrudar-se” de narrativas mentais limitantes e a agir de acordo com valores pessoais. Abordagens como ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso), DBT (Terapia Comportamental Dialética) e MBCT (Mindfulness-Based Cognitive Therapy) exemplificam essa onda.
2. Critérios clínicos para escolher a abordagem
2.1 Tipo de sintoma e estilo de pensamento do paciente
- Sintomas específicos: Transtornos de pânico, fobias específicas ou TOC, por exemplo, costumam responder bem a estratégias da segunda onda (reestruturação cognitiva, exposição graduada). Porém, se há forte evitabilidade experiencial, a terceira onda pode complementar, reduzindo a fusão com medos persistentes.
- Estilo de pensamento: Pacientes que apresentam extrema ruminação ou rigidez cognitiva podem se beneficiar diretamente das técnicas de desfusão e aceitação, pois a confrontação lógica nem sempre desmonta crenças arraigadas.
2.2 Grau de insight e habilidade metacognitiva
- Se o paciente tem boa capacidade de introspecção e consegue relacionar pensamentos/emoções, a reestruturação cognitiva (segunda onda) pode ser valiosa.
- Se o paciente tem dificuldade de verbalizar pensamentos ou é muito reativo emocionalmente, estratégias de aceitação e mindfulness podem criar uma base de autorregulação, para depois introduzir intervenções cognitivas mais elaboradas.
2.3 Preferências e expectativas do paciente
- Alguns pacientes expressam maior adesão a técnicas “cientificamente objetivas” de questionar crenças (segunda onda).
- Outros percebem valor no autoconhecimento contemplativo, aceitação e valores (terceira onda).
- Psicoeducar sobre ambas as abordagens e ouvir o paciente quanto a afinidades pode determinar a escolha inicial ou a mescla de procedimentos.
3. Quando a segunda onda pode ser a melhor escolha
- Quadros pontuais de fobia ou ansiedade específica: onde a correção de distorções (“Se eu desmaiar, vai ser catastrófico”) e a exposição comportamental são altamente eficazes.
- Pacientes muito racionais: que lidam bem com registros e questionamentos lógicos de pensamentos.
- Fase inicial de transtornos, quando o paciente busca entender e aprender a contestar suas interpretações disfuncionais de forma estruturada.
Em tais casos, a segunda onda proporciona clareza e uma sensação de “controle” sobre os pensamentos, sendo útil para engajar o paciente no tratamento.
4. Quando a terceira onda é recomendada
- Histórico de tentativas fracassadas de alterar pensamentos, gerando frustração. O paciente se percebe “lutando contra” a mente e não avançando, podendo beneficiar-se de processos de desfusão.
- Quadros de esquiva experiencial intensa, como em depressão persistente ou trauma, em que o paciente vive evitando emoções. A aceitação e ação comprometida podem romper esse ciclo de evitabilidade.
- Relevância de valores existenciais: quando a pessoa precisa reencontrar sentido ou propósito, a ênfase nos valores da ACT, por exemplo, oferece um caminho motivacional.
5. Integração híbrida: combinando técnicas de ambas as ondas
Nem sempre a escolha é exclusiva. Muitos terapeutas integram elementos da segunda e terceira onda, criando um protocolo híbrido:
- Primeiro: introduzem reestruturação cognitiva, autorregistros e exposições, gerando resultados rápidos em sintomas-chave.
- Depois: fortalecem flexibilidade psicológica por meio de mindfulness, aceitação e identificação de valores, evitando recaídas e aprofundando a mudança de estilo de vida.
Essa combinação se mostra útil em casos complexos, com traços ansiosos, depressivos e história de tentativas repetidas de controle mental infrutífero.
6. Exemplos de casos práticos
6.1 Caso de ansiedade social e forte autocrítica
- Perfil: Jovem adulto que teme avaliações sociais, com pensamentos do tipo “todos me julgam” e “sou um fracasso”.
- Escolha inicial: A segunda onda oferece reestruturação cognitiva para questionar crenças exageradas e planejar exposições graduais em situações sociais.
- Evolução: Se, mesmo assim, a autocrítica permanece forte, introduz-se princípios da terceira onda (desfusão) para que o paciente observe tais pensamentos de forma distanciada, aceitando a ansiedade e agindo segundo valores (por exemplo, desenvolver relações saudáveis).
6.2 Caso de ruminação depressiva crônica
- Perfil: Pessoa de meia-idade, com histórico de depressão recorrente. Sente-se exausta de “tentar mudar” os pensamentos negativos; lembra fracassos passados em terapias.
- Abordagem: A terceira onda pode ser mais promissora, ensinando a notar a ruminação como um processo mental, sem se engajar nela. Define-se valores (família, contribuição social) e o paciente faz ações comprometidas, mesmo com tristeza presente.
- Possível complemento: Em momentos de melhora, reestruturação cognitiva para trabalhar crenças subjacentes (“não sirvo para nada”).
7. Desafios e recomendações para o terapeuta
- Avaliação criteriosa: Conhecer a história clínica, dinâmica de funcionamento e estilo de raciocínio do paciente antes de definir a abordagem principal.
- Psicoeducação: Explique as diferenças entre mudar pensamentos (segunda onda) e relacionar-se de modo diferente com eles (terceira onda). Isso evita confusões e frustrações.
- Flexibilidade do terapeuta: Esteja aberto a ajustar a estratégia. Se a reestruturação cognitiva não rende resultados ou gera resistência, introduzir práticas de aceitação pode ser crucial.
- Formação sólida: Ter familiaridade prática com as duas ondas. Muitos profissionais que dominam apenas a segunda onda podem achar desafiador inserir mindfulness e aceitação, e vice-versa. É fundamental supervisão especializada para uma aplicação coerente.
8. Conclusão e próximos passos
A escolha entre abordagens da segunda e terceira onda (ou sua combinação) depende de fatores como sintomatologia, estilo de pensamento do paciente, preferências pessoais, e inclusive da experiência e afinidade do terapeuta com cada modelo. A segunda onda (cognitivismo) se mostra eficaz para corrigir distorções e prover estrutura a quadros mais pontuais. Já a terceira onda (aceitação e mindfulness) desponta quando a evitação experiencial, a ruminação persistente e a busca de sentido existencial tornam-se centrais.
Em muitos casos, a integração equilibrada de técnicas comportamentais, cognitivas e de aceitação oferece o melhor dos dois (ou três) mundos, promovendo maior efetividade e prevenção de recaídas. O importante é manter-se atualizado e aberto às novas evidências e avanços, para que o paciente seja o principal beneficiado.
Para aperfeiçoar suas competências e aprender a transitar habilmente entre a segunda e a terceira onda, convidamos você a conhecer a Formação Permanente na IC&C (Intervenções Cognitivas e Comportamentais), que alia teoria atualizada, prática supervisionada e debates de casos clínicos. Além disso, acesse nosso blog, onde exploramos artigos e reflexões sobre Terapias de Terceira Onda, Neuropsicologia, Avaliação Neuropsicológica e outros tópicos cruciais para uma prática clínica sólida e flexível.
Invista em sua formação e ofereça ao paciente o que há de mais adequado em termos de TCC, seja reestruturando pensamentos ou fomentando aceitação e ação comprometida. A decisão sobre qual onda priorizar é uma arte clínica, baseada em evidências e em sensibilidade ao contexto único de cada pessoa.
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